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Fuga do Gueto Ideológico

Vasco MagalhaesbyVasco Magalhaes
April 17, 2024
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A inauguração das comemorações dos 50 anos do 25 de abril, sob a alçada do Núcleo de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, contou, no dia 2 de abril, com a presença de uma figura histórica que marcou e influenciou como poucos a queda do regime ditatorial, enérgico na preparação e desencadeamento da Operação Militar de abril de 1974.

Nascido em 1944 no concelho de Celorico de Basto, o Coronel Rodrigo Sousa e Castro viu na academia militar o seu “elevador social”. Menciona a propaganda salazarista como característica central da educação daquela época. “Estudei na Mocidade Portuguesa porque davam o almoço, os livros… caso contrário não teria feito o sétimo ano”.

O Coronel retira dos ombros da sua geração qualquer tipo de responsabilidade pelos anos negros de censura e escassez de liberdade no país. Para os que reprovam a inércia da época, o palestrante alerta para a necessidade de contextualizar a sociedade daquele tempo: “ O miúdo mais esperto da minha classe ia descalço para a escola, chamávamos-lhe o sábio”. Numa terra onde não existiam escolas secundárias, o “Sábio” desistiu da escola por falta de possibilidades. “As pessoas estavam metidas num gueto, não tinham alternativa. O que é que uma família com sete filhos ia fazer para os educar?”, questiona o antigo militar.

A educação e consequente informação, para além de restrita e elitizada, era também manipulada. O espírito crítico desvanece-se nas linhas tortas que decoram os livros e nos quadros em tons amarelos “A Lição de Salazar” que escrevem as paredes de toda e qualquer escola do país proclamando os valores de Deus, Pátria e Família.

Como fugir a uma educação desta índole, tão feroz e tão blindada?

“Em 1977 comandei grupo em Angola. Por azar cai numa emboscada do MPLA, morreu ao meu lado o meu amigo, que era meu vizinho. Dormi com ele morto essa noite no meio do mato, para além dos feridos. Para mim foi choque e pavor”, confessa o Coronel, apontando esta tragédia como o primeiro grande abanão que o fez refletir acerca do modo como as coisas funcionavam no país.

A segunda razão tem a sua génese nas férias em Angola com o seu tio, proprietário de uma roça de café: “O meu tio explicou-me como metia os pretos a trabalhar, pagava-lhes o que queria e como queria. Era uma exploração total. Aquelas populações miseráveis, coisas inenarráveis, porque havia cidades onde havia uma burguesia urbana geralmente branca que viviam razoavelmente, mas as populações nativas não contavam, eram como se fossem animais. Soldados em África revoltavam-se pelas injustiças que viam para com a comunidade negra.”

Destaca ainda a importância dos oficiais milicianos na mudança de muitas mentalidades das forças militares: “Levavam ideias mais abertas e progressistas do que aquelas que informavam os jovens capitães das forças armadas, íamos para a guerra todos juntos, e foi nesse debate de ideias que muitos capitães beberam da ideia que vivíamos num pais fechado, ditatorial, e precisávamos de uma revolta”.

O trecho da realidade em África chocou com força suficiente contra a máquina de propaganda pela qual foi bombardeado durante toda a sua vida até àquele momento: “Eu era muito jovem, tinha 22 anos e posto perante situações de combate e exploração social daquela maneira, revoltei-me. A partir daí até entrar na conspiração foi até aparecer a primeira oportunidade”.

A partir destes acontecimentos que marcam o início da guinada ideológica de Rodrigo Sousa e Castro, as linhas que escrevem a história política de um dos culpados pela democracia que respiramos começam a multiplicar-se. A fuga do gueto ideológico não foi caminho fácil. Talvez nunca o seja.

O Coronel termina o seu discurso com uma mensagem forte, pelo lugar de fala que ocupa: “Vocês podem procurar em toda a história Portuguesa, de 1143 até hoje, que não encontram nenhum período de 50 anos em que tenham tido paz, progresso e liberdade. Sobretudo liberdade. Aconselho-vos a guardarem a liberdade”.

Vindo de alguém a quem a liberdade custou tanto, não desafio as palavras.

Acabaram com o gueto, construíram um hotel. Sei que o hotel não é de cinco estrelas, a água da piscina está fria e o ar condicionado avariou. Mas não é um gueto.

Ministério da Educação
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