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“Maldita Paixão que é o Jornalismo”

Camila88byCamila88
October 13, 2025
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Foram dias ensolarados que acolheram a edição 2025 dos encontros de jornalismo MediaCon. Em todas as sessões que compareci deixei o auditório do Goethe-Institut com a mesma questão. Mas afinal qual é a fórmula mágica para resgatar o modelo de negócio do jornalismo?

Se enquanto cidadã e futura jornalista senti-me frustrada, não consigo imaginar a mágoa e o sufoco dos profissionais que dão o corpo às balas (muitos deles literalmente) para produzir jornalismo rigoroso e de qualidade. São vários os bichos papão do jornalismo: o tempo, as redes sociais, a desinformação, a carência de apoios e os empresários dos grandes grupos mediáticos.

Muitos destes protagonistas interligam-se de várias formas, mas não é esse o caminho que pretendo explorar nesta narrativa. Se é verdade que a precariedade é uma realidade vivida pelos profissionais do setor, é também verdade que a tentativa desesperada de acompanhar a digitalização fez do jornalismo um refém desta mudança de paradigma.

Tal como ao público é difícil de justificar e convencer o motivo pelo qual se deve pagar para aceder a informação jornalística, é também difícil retirar um doce a uma criança sem resultar numa birra e crise de choro. Na minha ótica, esta dificuldade de compreender o valor monetário do jornalismo é um sintoma de desconhecimento das etapas constitutivas do seu trabalho, riscos e da sua própria relevância para a sociedade.

Só para se ter uma ideia, durante a conversa “Como Salvar o Jornalismo Regional”, o diretor do jornal do Fundão, Nuno Francisco, apontou que o órgão nunca teve tantos leitores como hoje, mas, ao mesmo tempo, tão pouco lucro. Afinal, o jornalismo é um serviço público. Mas será que o público reconhece que este serviço é feito para si?

Para haver jornalismo livre, tem de haver uma democracia robusta e vice-versa. Hoje, vemos ambos ameaçados. Negar a importância do jornalismo na sociedade, significa apagar trabalhos de investigação significativos que mudaram a realidade, como o famoso caso Watergate. (Também) o fotojornalismo, descrito pelos participantes como o “parente pobre do jornalismo” é revelador desta capacidade transformadora.

Se em séculos passados o analfabetismo ilustrava a maioria da sociedade, a fotografia era o meio humilde desta camada se informar. “A fotografia fica”, partilhou o fotojornalista do Diário de Notícias, Reinaldo Rodrigues. Esta componente de permanecer na mente que é essência da fotografia apelida-se como perenidade, elucidou a investigadora do LIACOM, Fátima Cardoso.

Relembrou-se em seguida uma fotografia: a criança síria de três anos cujo corpo deu à costa. Este conteúdo quando disseminado suscitou o debate político sobre a lei dos refugiados na Alemanha e levou à sua alteração.

Dizem que a pressa é inimiga da perfeição. De facto, os provérbios têm uma habilidade de se encaixarem nos mais diferentes contextos. Tal é a corrida entre os órgãos de comunicação social (OCS) para dar primeiro as notícias, que muitos dos seus princípios básicos como fact-checking e a contextualização, ficam pelo caminho. E podemos condenar os profissionais alienados nestas lógicas de produção? Podemos condenar estas pessoas que precisam de um salário para sobreviver? Que podia ser a minha mãe, o meu pai ou no futuro quem sabe eu?

Hoje em dia temos um ecossistema mediático fragmentado pautado pela disputa da atenção. Os media já não competem só com os outros OCS, mas com qualquer um que decida produzir conteúdos. A pressa na divulgação é a materialização do desespero dos media à procura do clickbait e da viralidade. O jornalismo penetrou terrenos regulados pela lógica dos algoritmos e do comércio de dados. O que interessa afinal auxiliar no tráfego de plataformas jornalísticas que procuram desenvolver espírito crítico ou reflexão? Resumindo, o setor foi atrás do cerne das grandes audiências, contudo o público está cada vez mais atrelado às suas filter bubbles. E afinal de contas, quem não está?

Importa salientar que os públicos modificaram-se. Nos primórdios da profissionalização do jornalismo os leitores eram mais pacientes, até porque tinham de esperar mais tempo para a informação estar pronta por diversas razões, mas a mais relevante neste sentido: a existência de um único jornal ou dois numa região. Hoje vemos precisamente o contrário. Temos uma multiplicidade de meios que trabalham para audiências fervorosas e sedentas pelo consumo de conteúdos.

Quanto à literacia mediática, que foi tema do último debate do evento, ficou claro para mim que o cultivo deste instrumento deve começar nas escolas. Mas esta conversa aplica-se a outras noções, desde logo políticas e económicas.

Um dos consensos que verifiquei quando se abordou a desinformação foi a importância na aposta em novos formatos de contraditório e de desconstrução de populismos e mentiras. De facto, é impossível discordar. Contudo, o que me apoquenta é o seguinte: estará o público interessado nestas novas iniciativas? Em perceber a verdade? Acho que teremos de esperar para saber…

Na sessão dedicada ao jornalismo regional, levantou-se um ponto determinante: o jornalismo está a deixar de ser um negócio para ser uma causa. E, de facto, a meu ver, tal premissa confirma-se ao relembrar a postura de resiliência e denuncia incorporada pelos jornalistas que vi falar.

“Maldita é esta paixão que é o jornalismo”, não sei se foi o tom, a voz arranhada ou o riso da jornalista Patrícia Fonseca que levaram a que este momento me arrepiasse. Na verdade, acho que não foi nenhum destes aspetos, mas sim a reflexão de que ser jornalista é a minha vocação. E por mais que escute que não vou ganhar um bom salário, que não vou ter um horário fixo, que nem sempre o meu trabalho vai ser reconhecido e que o mercado é competitivo e degradante, ainda quero ser jornalista.

Camila Luís
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