Diana Pessoa revela que “ver um concerto na primeira fila nunca é igual a ver um concerto no meio da multidão porque o impacto do espetáculo é completamente diferente”. Entrada no Ensino Superior permitiu o regresso ao violino.
A música influencia a vida de muitas pessoas, inclusive a de Diana Pessoa, estudante de Geologia na Universidade de Coimbra, e amante de tudo o que envolva a música. A estudante de 20 anos, natural de Cantanhede, desde pequena que se lembra de estar envolvida no mundo da música.
A música está presente em todo o lado, sendo um dos aspetos essenciais para a vida humana. Esta provém desde o início da humanidade. Na altura, através da percussão ou mesmo flautas rudimentares.
A estudante admite que, apesar do seu amor pela música, não se lembra muito bem como veio parar a este meio. Contudo, acha que o mais provável foi a existência de um interesse com 5/6 anos, o que levou os seus pais a inscreveram-na na Academia de Música de Cantanhede.
Nesta escola de música viu a oportunidade de começar a aprender a tocar flauta transversal. No entanto, devido à falta de uma dentição definitiva, característica desta idade, e à necessidade de pessoas para tocar violino, foi neste instrumento que iniciou a sua viagem pelo mundo da música.
Esta decisão revelou-se importante na vida de Diana, pois, rapidamente se apaixonou por este mundo e passado três anos, estava a ingressar noutra escola de música, desta vez na Associação Musical da Pocariça, onde até hoje é elemento da Banda Filarmónica. Viu aqui, então, a oportunidade de tocar flauta transversal, contudo, a vida pregou-lhe novamente uma partida, e devido a falta de flautas nesta instituição, teve de optar por outro instrumento de sopro, o clarinete.
Já no 5.º ano, o que era um hobby tornou-se algo mais sério, devido ao começo do 1.º Grau de violino na Academia de Cantanhede, continuando também a sua jornada no clarinete na Filarmónica. No entanto, isto também trouxe problemas, porque nos cinco anos seguintes de Diana na Academia, até completar o 5.º grau, a exigência mudou e trouxe uma desmotivação. A estudante conta que a Filarmónica contribuiu muito para combater esta desmotivação, pois “na banda dava para andar mais à vontade, e funciono melhor com esse sistema”.
Contudo, foi quando saiu da Academia que percebeu a falta que a música tinha na sua vida. Este foi, portanto, um marco na vida da estudante, e quando realmente começou a valorizar a música como um refúgio para os seus problemas.
Não é só a tocar que a música está presente na vida da instrumentista, sendo elemento de um rancho chamado “Os Esticadinhos”, onde até hoje dança ao som de músicas tradicionais. Este, é outra das suas paixões, devido a ser “algo que tem uma identidade própria, sendo uma das poucas artes que tem elementos típicos de cada país, ou região”.
Diana confessa-se também fã de concertos ao vivo, especialmente na primeira fila. Este gosto começou em 2016 num concerto do Diogo Piçarra. Para a estudante “ver um concerto na primeira fila nunca é igual a ver um concerto no meio da multidão, porque o impacto do espetáculo é completamente diferente”.
A partir daí começou uma jornada de acompanhar exclusivamente concertos do Diogo Piçarra. Só a partir de 2020, com o confinamento, é que a instrumentista começou a explorar outros artistas e outros tipos de música. Mesmo quando os concertos são iguais, Diana, não se importa de ir novamente pois “concertos nunca são iguais, porque muda o público, muda o à-vontade do artista e muda o nosso”.
Apesar de não ter seguido a área da música profissionalmente considera que isso lhe trouxe sentimentos diferentes em relação à música. Como não faz isso profissionalmente tem na música um refúgio e um lugar para ir quando não está bem. Apesar de ser algo que gostava muito de ter feito, visto que “se for a um espetáculo fico concentrada nas luzes, nos instrumentos, em tudo o que está a acontecer, e sinto que é uma coisa que me iria fazer 100% feliz e realizada”.
Desde que ingressou na Faculdade a vida de Diana mudou muito, mas algo que não deixou de estar presente foi a música. Com a entrada no ensino superior surgiram novos desafios, entre os quais a entrada na Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC), onde teve a oportunidade de voltar a tocar violino.
A entrada na TAUC surgiu por acaso, visto que a estudante admite que não conhecia a existência de uma tuna como a TAUC, dentro do seio da Associação Académica de Coimbra. Esta descoberta proveio de um estágio na Orquestra Académica da Universidade de Coimbra (OAUC), em março de 2022. Depois disso, ingressou na TAUC onde está até hoje. Diana considera que isto foi uma coisa importante no percurso académico dela, pois a música “é algo que preciso de ter na minha vida”.
A instrumentista conta uma história, muito curiosa, em relação a ter tido a oportunidade de tocar na OAUC, visto que esse era um dos seus sonhos de criança. A estudante lembra-se de, quando era mais nova, fazer campos de férias, sendo que num deles lhe foi pedido para escrever um sonho num papel. Recentemente Diana encontrou esse papel e descobriu que o seu sonho já tinha sido realizado, visto que ao tocar na AOUC teve o privilégio de tocar numa orquestra.
A música tem tanta importância na vida de Diana, que esta considera que “parece que a semana não termina se não for ao ensaio da banda, e tiver 2 horas concentrada em música”. E o mesmo acontece com os ensaios da TAUC, onde lhe faz falta o ensaio a meio da semana, onde tem aí um refúgio em Coimbra. Com a música a instrumentista consegue se abstrair de tudo o que a rodeia, o que lhe acontece com muitas poucas coisas.
Segundo Diana, ela seria uma pessoa diferente sem a música, devido principalmente ao efeito de terapia que a mesma tem nela. Um concerto é capaz de lhe mudar um estado de espírito mais em baixo, de forma a se esquecer dos problemas. Para a estudante isso é importante, especialmente porque assim não descarrega as frustrações nos amigos ou familiares, mas sim nos concertos.
No Rancho declara que tem o sonho de voltar a levar os Esticadinhos fora de Portugal. Apesar da estudante nunca ter participado nestas turnés internacionais, conta que os elementos do rancho mais velhos falam dessas viagens, sendo isso algo que Diana quer muito fazer.
De forma parecida aos sonhos no rancho, na banda gostaria de trazer elementos do passado que apreciava, como acompanhar solistas em canções. Isto era algo que o antigo maestro da Banda fazia muito e a instrumentista gostava, especialmente porque é algo que fazem na tuna e a estudante gosta de quando isso acontece. Considera que este gosto vem da sua paixão pelos concertos ao vivo.
Por outro lado, ao nível da Tuna, sonha um pouco mais alto. Diana conta que já teve a honra de acompanhar grandes artistas como Sofia Escobar e Ricardo Liz, cantor dos Quatro e Meia. Devido a isso tem o sonho de acompanhar uma das suas bandas favoritas, “Os Quatro e Meia”. Para a instrumentista isso não é impossível, pois um dos membros andou na TAUC, e todos os elementos estudaram em Coimbra.
A estudante também revela quais os próximos concertos que estão na sua agenda. Um deles é o de Sérgio Godinho, com a Garota Não como convidada. Este vai ser um concerto focado nos 50 anos do 25 de abril, sendo que a instrumentista está ansiosa, pois nunca viu nenhum desses cantores ao vivo. Depois disso vai voltar às origens com um concerto do Diogo Piçarra. Apesar de ter deixado de acompanhar frequentemente o cantor, considera importante continuar a estar presente nos momentos importantes como este, onde vai apresentar o novo álbum.
Para a estudante é muito importante apoiar a música, especialmente a portuguesa, algo que sente que as pessoas têm tendência a desvalorizar só porque é feita em Portugal. Perguntar à Diana sobre música é meio caminho andado para a conhecer melhor.