Cinquenta anos após a Revolução dos Cravos, é evidente que Portugal e suas antigas colônias ainda sofrem com as consequências dos períodos de invasões imperialistas. Este fato pode ser observado não apenas nas desigualdades sociais que assolam estes territórios, mas também na mentalidade de suas populações.
Descolonizar (em todos os aspectos deste conceito) é uma necessidade permanente nestes territórios e se prova cada vez mais urgente quando vemos a ascensão da extrema direita na Europa e nas ex-colônias. O discurso anti-imigratório, branco, sexista e LGBTQIA+fóbico ganha cada vez mais força entre a população jovem portuguesa que ainda se vê orgulhosa de seu passado invasor e imperialista. As consequências deste fato é uma violência cada vez mais sistematizada das minorias que vivem em Portugal especialmente.
Entretanto, é fundamental que o processo de descolonização deve estar atrelado à uma ótica interseccional, analisando e dissecando questões como raça, gênero, migrações e capitalismo para uma revolução propriamente digna e eficaz para todos e todas.
Somente ao enfrentar esses desafios de maneira honesta e comprometida será possível construir um futuro verdadeiramente democrático e desenvolvido. A descolonização não deve ser apenas um conceito teórico ou um evento do passado, mas uma prática contínua que permeia políticas públicas, educação, mídia e relações sociais.