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A experiência aliada ao saber: Carlos Tomás mantém viva a arte “ratinha”

Camila88byCamila88
October 9, 2024
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Expandir valor da cerâmica “troca-trapos” é objetivo do cerâmico. Pintura e temas distinguem arte “ratinha” da louça tradicional. Por Camila Luís e Inês Reis

Carlos Tomás é o último pintor-cerâmico a produzir louça “ratinho” em Portugal, uma arte relacionada com as deslocações feitas pelos camponeses todos os verões para trabalhar nas terras alentejanas. Em 59 anos de carreira no mundo da cerâmica, passou por diversas fábricas, nas quais foi encarregado, até se estabelecer por conta própria, em lojas de artesanato. Durante o seu percurso conquistou vários prémios e menções honrosas das quais se orgulha e que o motivam a continuar, todos os dias, a confecionar novas peças.

A designação “ratinho” diz respeito ao nome pelo qual ficaram conhecidas as famílias mais pobres das beiras, que levavam as próprias louças para as terras onde iam trabalhar. Como forma de enfrentar os invernos rigorosos, os trabalhadores trocavam as suas peças por agasalhos com os “senhores do campo”, o que deu origem ao título “troca-trapos”. Apesar de já terem passado dois séculos, Carlos Tomás insiste em manter este saber vivo, o que se reflete pelo facto de continuar a produzir o que considera ser “a arte de Coimbra, pura e dura”.

Esta prática artesanal é feita de raiz pelo artífice que acompanha as diferentes etapas de transformação de barro num prato, taça, alguidar ou tigela. Peixes, figuras do campo, músicos e vendedores são as principais temáticas das obras. O artista esclarece ainda que as características de realce das “troca-trapos” são a pintura, a decoração, a necessidade de vidrar e o maior tempo de execução. “Dependendo dos desenhos demora entre quatro e seis dias a pintar uma peça deste tipo”, explica o cerâmico. As peças distinguem-se, não só, pela assinatura do artesão, como também por terem ambos os lados pintados.

Carlos Tomás começou a interessar-se por este ofício com 11 anos, quando o experimentou pela primeira vez, após observar os amigos a trabalhar nas fábricas de cerâmica. “Gostaram daquilo que eu fazia e fiquei até hoje nesta área”, recorda o artesão. Para o ex-membro do ‘World Crafts Council’, o aspeto primordial de um bom pintor-cerâmico é o estudo: “tem de se estudar muito, não é só pintar”, acrescenta ainda “é preciso ver, experimentar e ‘laboratoriar’, para alcançar a perfeição”.  Apesar da experiência que possui, o artista refere que aparece “sempre uma coisa nova que vale a pena aprender” e salienta a quantidade de “livros de cerâmica, azulejaria e faianças” que tem na loja.

Natural de Coimbra, o cerâmico estabeleceu-se de forma independente há 40 anos, e abriu a sua loja sediada no largo da Sé Velha em 2006. Este local não se destina só à venda de artigos, também é possível observar de perto o processo de pintura das peças. Possui ainda um ateliê, em São Martinho do Bispo, no qual se encontram todos os equipamentos essenciais para a produção da louça. O artesão clarifica que, com o passar dos anos, deixou de fazer entregas a clientes, dedicando-se apenas à venda em loja. Ressalta ainda que os visitantes atuais são sobretudo turistas, que se dirigem com o propósito de apreciar as suas obras.

Quanto à parte técnica, o artista sublinha o papel essencial do calor produzido pelo forno na transformação das cores que compõem a pintura. O pintor-cerâmico aponta que, no início da carreira, fabricava as próprias tintas, através do aproveitamento de metais presentes nos fios elétricos. Ao queimar estes componentes, obtinha um pó que “quando triturado e colocado em vidro criava várias cores”. Hoje em dia, ao invés de confecionar as tintas, opta por adquiri-las e mistura-as para obter as tonalidades desejadas. Além destes materiais recorre também a vidro liquefeito (vidro numa consistência viscosa), para assegurar que o trabalho final apresenta um acabamento brilhante.

Carlos Tomás tem uma função fulcral enquanto fornecedor de artefactos de cerâmica na cidade de Coimbra ao vender “placas toponímicas a muitas Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia e até à própria Universidade de Coimbra”. O único produtor de louça “ratinha” do país remata que esta é “uma das cerâmicas mais bonitas do mundo, mas ainda não tem a procura que devia”. Apesar de nunca parar de aprimorar os seus conhecimentos através do estudo diário, o artesão sublinha: “o que tira as teimas são as minhas experiências, só assim consigo chegar onde quero”.

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